segunda-feira, 30 de julho de 2007

Lunático Tarja Preta – Parte I

Soube uma vez da história do Lunático Tarja Preta.



[Lágrimas]

Vaga pelas madrugadas em busca de prazer e decepção.
Por onde quer que vá está buscando esquecer de si mesmo.
As noites são densas e sempre frias... É normalmente carregado por um dragão verde que o afasta cada vez mais da realidade.

[Distúrbios]

Ele não tem família e nem lar. Lá sua estadia praticamente não é percebida. É um fantasma...
Exceto pela constante presença da música, que o acompanha para onde quer que vá. É quase a trilha sonora de um filme, um som diegético e não-diegético ao mesmo tempo...

[Neurose]

O canalha está sempre fugindo da realidade. Tem apenas um dos pés no chão, mas o outro está a um passo do abismo sem fim. Tenta sair do engarrafamento e sair voando como o personagem de Mastroianni em 8½. Entretanto, nunca consegue. Sua vida o impede.

[Taquicardia]

Deixou a tudo e a todos pela insanidade que o corrompe. Não entende ninguém, não entende a si mesmo. Vive imerso em sua mente e está cada vez pior com isso. É um ser totalmente desorientado... Vira sua cabeça para os lados, mas as imagens mexem cada vez mais devagar.

[Inércia]

Contratou um de seus inimigos para aliviar a tensão. Uma arma na sua cabeça pode resolver todo o problema, pois é lá a raiz de tudo. Seria muito mais fácil para ele parar de pensar, mas o bastardo não consegue, mesmo com seus pensamentos, atualmente, fluindo somente pela metade.

[Clo-na-ze-pam]

O dedo já está no gatilho. Seus olhos estão fechados esperando o pior. Dor...
(continua...)

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Ao acaso

Estou sentando num bar. Pessoas desconhecidas me rodeiam, espero um único amigo que demora a chegar.
A companhia é linda por fora, mas vazia por dentro, não há o que observar, não há o que conversar. O que eu estou fazendo ali?
Ao acaso vejo tudo em preto e branco. Apenas meu copo de cerveja permanece colorido e belo.

Saio mentalmente daquele bar e me projeto para outro lugar.

Percebo que estou no lugar errado, ao lado de quem eu não quero estar... Como falar sobre Kubrick? Ou sobre Pink Floyd? Tudo é superficial demais para mim...
Ontem foi uma era perfeita, a qual não voltará mais. Era uma época em que eu conseguia esquecer quem eu realmente sou...