domingo, 30 de setembro de 2007

O Coma Criativo - Parte I de IV

Explorações cerebrais

Por algum tempo, seja por excesso de trabalho e estudos, seja por preguiça, seja por incapacidade mental, me vi diante de um forte processo de coma criativo. Tomei um susto quando percebi que estava há mais de um mês sem escrever nada... Como escrever? Por que escrever? Para quem escrever? Para mim mesmo? Para possíveis leitores?

Questões que me faziam pensar e refletir sobre os meus escritos, sobre o sentido das minhas impressões virtuais sobre o mundo. De tanto pensar (?), cheguei a uma reflexão ainda mais profunda: minha Mente tinha parado de funcionar.

Nada adiantava.
Relaxamentos... Nada.
Incenso... Nada.
Agitação... Nada.
Entorpecência cultural... Nada.

Tentei até mesmo botar para pegar no tranco, tal como um fusca no meio do trânsito, mas a desgraça não funcionava.

Como Indiana Jones, um aventureiro em uma região proibida e não antes devidamente explorada, percebi que a única maneira para sair do coma seria adentrar na minha própria cabeça para descobrir as razões do problema.

Serão problemas neurológicos? Problemas Mentais? Excesso de burrice? Sabe-se lá... O fato é que apenas assim eu posso descobrir o porquê de tantas mazelas mentais e voltar a produzir, o que me leva a tanta satisfação.


Primeiros passos, escuto um forte eco. O barulho dos meus tênis descendo as escadas de início me assustam. Vejo um turbilhão de idéias aprisionadas, engavetadas e recordações. Ouço um milhão de vozes e músicas que tocam ao mesmo tempo, de trás para frente, às vezes cantadas por minha própria voz, às vezes cantadas por vozes estranhas.

Tudo faz sentido.

Nada faz sentido.

Infância, adolescência, vida adulta...

Sonhos, realidade, ficção...

Tudo misturado, batido em um liquidificador. Uma tremenda bagunça... Quem diria! Eu que sempre me achei um cara tão organizado! Tropeçando em lembranças, vou caminhando cada vez mais fundo. Buscando uma resposta...