terça-feira, 2 de dezembro de 2008

brain

Me pediram um auto-retrato, mas como fazer uma análise de algo que conheço tão de perto e que ao mesmo tempo me surpreende a cada dia?

Pouco a escrever e algo para se ver...

brain

por luiz giban

http://br.youtube.com/watch?v=Qs9yJw-QUZc

terça-feira, 29 de julho de 2008

Nós organizamos o movimento / Nós orientamos o carnaval

É incrível o quanto um modo de viver pode perseguir uma pessoa.
Cada vez mais retorno no tempo, volto décadas atrás e paro na década de 1970.

[O Parangolé é uma peça que me cobre e me faz descobrir a mim mesmo]

Não importa o quanto o tempo avance, permeio sempre entre os mesmos dez anos. Não são só roupas, tatuagens e cabelos que crescem sem controle, mas também um processo mental, uma maneira de pensar.



[A memória agora é editada pelo celular]

Ano passado a incursão/excursão havia começado. Vi Caetano, Maria Bethânia, Tom Zé e Mutantes... Senti e ouvi toda a contribuição que a Tropicália faz ressoar em meu cérebro. Vivi e sobrevivi a uma idade linda, porém trágica.

[Não rimo mais amor com dor]

Descobri que as certezas da vida não precisam ser tão certas assim. É possível planejar sem cercear. É possível deixar tudo fluir sem querer dominar o mundo, mas conseguindo voar por ele.

[Certo como dois e dois são cinco]

Volto de uma semana em que nada se deveu a épocas passadas. Onde mudar o mundo através da arte se tornou novamente algo possível, algo crível. Encontrei meus iguais espalhados pelos mil cantos do Brasil.

[Nós organizamos o movimento / Nós orientamos o carnaval]

São companheiros de bares e de idéias que vão durar para todo o sempre.
Foi bom enquanto durou e vai durar para a eternidade.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Tempo, tempo, tempo, tempo...

A essa hora da madrugada não tenho a mínima pretensão de escrever a crônica da minha vida. De escrever algo que mude os rumos da humanidade. Porém, agora, às três da manhã, tendo acordado no meio da madrugada com insônia, misturada com uma sensação febril, pensei: por que não escrever?

Faz tempo que não tenho tempo para escrever nada. Esses dias curtos, com apenas vinte e quatro horas, nos fazem correr contra tudo e todos. Hora certa para dormir, hora certa para acordar, hora certa para se divertir.
Idealizo projetos que levarão tempo para serem realizados, projetos que têm tempo curto para serem colocados em prática.

É fato, somos açoitados pelo Tempo. Ele cerceia inclusive a nossa capacidade criativa. Nós deveríamos ter, governamentalmente, um período do dia chamado: “tempo de ócio produtivo”. Assim, os pintores amadores teriam seu tempo para pintar e criar; os fotógrafos poderiam buscar o melhor enquadramento; os semi-músicos poderiam compor uma nova canção; e por aí vai.
Repito, o que já disse anteriormente: essa não será a minha melhor crônica, nem sei o quanto ela está confusa e ininteligível, porém, de madrugada, com os olhos não muito abertos, foi o tempo que me restou para escrever...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Oferta de empregos: Chathost Girl

Com o a advento da Internet, realmente há dinamização de toda a vida mundana e terrena. As pessoas se comunicam cada vez mais rápido, alguns ganham milhões sem sequer sair da própria residência. E foi justamente um anúncio nesse estilo que chamou a minha atenção.

Estávamos eu e uma amiga lendo um classificado de empregos de um jornal de grande circulação. Queríamos dar um upgrade em nossas carreiras e não nos restava nada, num domingo ocioso, do que sujar as mãos lendo o periódico em questão.

Para mim nada! Não havia nenhum anúncio de oportunidades para um aspirante a escritor, roteirista com poucos conhecimentos no meio e que não se contenta em ganhar pouco. Talvez seja a megalomania influenciada pela televisão, também quero ganhar o meu milhão em um programa no horário nobre.

Eis que para minha amiga, surge a oportunidade mágica: “Vaga para Chathost”.
Ela fala inglês, saca de Internet, digita super rápido, é super inteligente, a vaga estaria no papo! O anúncio não continha lá muitas informações, porém deveria ser uma espécie de atendente para esses sites de vendas, tipo “central do atendente on-line”.
Maravilha!

Já na segunda-feira ela pega o telefone e eu, ao seu lado, fico atento prestando atenção na conversa.

- Alô!
- Alô, é que eu vi um anúncio no jornal sobre o emprego de “Chathost”.
- Ah, OK. Você tem mais de dezoito anos?
- Claro, sem problema nenhum, sou inclusive maior de vinte e um!
- Ótimo, é que tivemos problemas há uns tempos atrás. Depois, se for o caso, você só poderia nos passar cópias de documentos comprovando a sua idade?
- Sem problemas!
- Outra coisa, e você sabe o que é “Chathost”?
- Bem, acho que o trabalho é relacionado com a Internet, não é?
- Sim, mas você sabe exatamente qual é o trabalho?
- Pra dizer a verdade não.
- Olha, é muito simples. Você vai ficar em frente a uma webcam, e os assinantes do site vão pagar por um tempo virtual com você para que você tire a roupa na frente deles. Se masturbar é opção sua, também não precisa aparecer o rosto.
- ...
- E então? Podemos marcar uma entrevista?
- Bem, eu preciso pensar melhor no trabalho, pois tenho outras entrevistas essa semana.
- Tudo bem, qualquer coisa você tem o nosso telefone. Obrigada.
- Eu que agradeço...

O telefone é desligado. É claro que minha amiga rejeitou.
Realmente a situação está tão braba, que agora esse tipo de serviço além de ser oferecido via Internet, tem anúncio de jornal para conseguir suas beldades.
Não se pode nem dizer que a moda é oriunda do Pole Dancing da novela das Oito, pois o anúncio em questão é relativamente antigo.

Contudo, o do último domingo procurou ser um pouco mais completo:

“Chathost Girl ganhe mais de R$ 1.500,00 conversando na internet, somente mulheres maiores de 18 anos. Informações...”

Não que eu seja conservador, ao contrário. Cada um é dono do seu corpo e faz com ele o que quiser. Mas bem que o anúncio poderia ser um pouco mais real.
Eis aqui a minha sugestão:

“Chathost Girl. Ganhe mais de R$ 1.500,00 conversando pela Internet. Você mulher, que é desinibida, não muito baranga e que não tem vergonha de se mostrar como veio ao mundo, ou seja, pagar um peitinho aqui, uma bundinha acolá, entre em contato conosco. Pagamos bem, oferecemos várias opções de máscaras para sua privacidade: coelhinha, Mulher Maravilha ou Hillary Clinton. Somente mulheres maiores de 18 anos. Bônus para aquelas que usarem aparelhos ou mesmo o dedinho. Maiores informações...”

Aí sim! A sinceridade é a alma do negócio!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Papo de bar

Quantas coisas já não foram discutidas em um botequim de esquina?

Entre um chopp e outro muita coisa pode acontecer.

Quantos negócios não foram fechados?
Quantas viagens planejadas?
Quantos amores conquistados?


Passado, presente e futuro são expostos em uma mesa ao lado de batatas fritas, frangos à passarinho e várias tulipas.

Sentar num bar com os amigos não significa apenas beber, pelo contrário!

Sair pra tomar uma cerveja é sair para bater um papo, mesmo se o caso for de não ingerir uma gota de álcool.
O botequim significa confraternização. Seja para assistir um jogo de futebol, ouvir um som ou apenas rever os amigos, poder passar mais tempo com eles.

Num desses bares da vida, acabei, meio que sem querer, ouvindo a conversa da mesa do lado. Devia ser umas cinco da manhã e já não havia muita sobriedade no ambiente.
Eram dois amigos que conversavam, na medida do possível, mais ou menos o seguinte:

- Você precisa trabalhar!
- É, eu sei...
- Eu estou falando sério, o seu pai anda muito preocupado com você.
- Ele anda me enchendo a paciência com isso!
- Então, por que você não arruma um emprego?
- Eu não nasci para ter patrão, sabe como é?
- Mas você tem que trabalhar! O seu pai não vai viver para sempre. Até para beber você tem que pedir dinheiro para ele!
- É... e ele anda muito pão duro ultimamente...

Apenas um detalhe: o amigo que dava conselhos devia ter seus 70 anos e o amigo que recebia conselhos, desempregado e eterno bêbado, devia ter seus 50 anos...
O último dormiu na rua esse dia.
Reza a lenda que até hoje ele não trabalha...

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

2.0.0.8.

Chegando em 2008, considero-me um sobrevivente.

Escapei praticamente ileso de um ano difícil, onde o limiar entre a sanidade e a loucura era muito tênue. Não sem algumas cicatrizes, é verdade, mas sobrevivi! Onde o mundo se aproximara das minhas mãos e eu não enxergava. O sentido das coisas estava se perdendo cada vez mais...

No dia 31 de dezembro, quis ver tudo de perto, ver o ano difícil ir embora, a idade difícil ser transpassada. Mesmo com altos e baixos estou aqui. Queimei o que não me interessava, minha maneira de jogar fora as inutilidades.

Olho para frente e vejo um ano de escolhas, de chances aparentes. Não digo que será fácil, que não haverá pelejas, espirituais e intelectuais, mas estou bem mais preparado, mais forte.
Vivo de projetos e sonhos, só assim a vida vale a pena, é meu jeito de enfrentar a realidade. Porém, juntar o quebra-cabeça se tornou algo cada vez mais simples.



Posso finalmente ver tudo de cima, não por um egocentrismo, mas por uma liberdade conquistada, que me permite voar.
Que me permite sentir as coisas da maneira que eu quero.
Chega de tarjas, agora minha loucura será uma loucura sadia, bem vivida.

O mundo cada vez mais está ao alcance das minhas mãos...