domingo, 24 de fevereiro de 2008

Papo de bar

Quantas coisas já não foram discutidas em um botequim de esquina?

Entre um chopp e outro muita coisa pode acontecer.

Quantos negócios não foram fechados?
Quantas viagens planejadas?
Quantos amores conquistados?


Passado, presente e futuro são expostos em uma mesa ao lado de batatas fritas, frangos à passarinho e várias tulipas.

Sentar num bar com os amigos não significa apenas beber, pelo contrário!

Sair pra tomar uma cerveja é sair para bater um papo, mesmo se o caso for de não ingerir uma gota de álcool.
O botequim significa confraternização. Seja para assistir um jogo de futebol, ouvir um som ou apenas rever os amigos, poder passar mais tempo com eles.

Num desses bares da vida, acabei, meio que sem querer, ouvindo a conversa da mesa do lado. Devia ser umas cinco da manhã e já não havia muita sobriedade no ambiente.
Eram dois amigos que conversavam, na medida do possível, mais ou menos o seguinte:

- Você precisa trabalhar!
- É, eu sei...
- Eu estou falando sério, o seu pai anda muito preocupado com você.
- Ele anda me enchendo a paciência com isso!
- Então, por que você não arruma um emprego?
- Eu não nasci para ter patrão, sabe como é?
- Mas você tem que trabalhar! O seu pai não vai viver para sempre. Até para beber você tem que pedir dinheiro para ele!
- É... e ele anda muito pão duro ultimamente...

Apenas um detalhe: o amigo que dava conselhos devia ter seus 70 anos e o amigo que recebia conselhos, desempregado e eterno bêbado, devia ter seus 50 anos...
O último dormiu na rua esse dia.
Reza a lenda que até hoje ele não trabalha...