sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Auto-enclausuramento

Cada vez mais, percebo ter medo de estar enclausurado.

Troco de casa, crio ambientes, mas daí não crio. Viro um procrastinador.

A utopia geográfica de criação se esbarra na noção de quatro paredes chamada de lar.

Invento desculpas para sair. Invento desculpas para não sair.

É incoerência pura.

Vejo exemplos que pretendo seguir e estou sempre em xeque comigo mesmo.

Por que não sair? Por que não deixar as coisas para depois?

Necessidade de conhecer pessoas, necessidade de conhecer coisas novas, de explorar o inexplorado.

Essa constante insatisfação me faz pensar em estar fora em todo o momento. Fora de mim, fora daqui, fora de lá.

Fechado entre quatro paredes, sozinho, tenho tanto tempo para mim mesmo que me assusto com o eco das minhas idéias. O foco acaba constantemente desfocado.

Até uma certa sexta-feira 13, data cabalística, preciso me concentrar na minha clausura. Preciso aceitar estar trancado comigo mesmo. Uma pessoa, deveras intragável, que eu tenho que aprender a conviver.

Chega de correr de mim mesmo.