Cada vez mais, percebo ter medo de estar enclausurado.
Troco de casa, crio ambientes, mas daí não crio. Viro um procrastinador.
A utopia geográfica de criação se esbarra na noção de quatro paredes chamada de lar.
Invento desculpas para sair. Invento desculpas para não sair.
É incoerência pura.
Vejo exemplos que pretendo seguir e estou sempre em xeque comigo mesmo.
Por que não sair? Por que não deixar as coisas para depois?
Necessidade de conhecer pessoas, necessidade de conhecer coisas novas, de explorar o inexplorado.
Essa constante insatisfação me faz pensar em estar fora em todo o momento. Fora de mim, fora daqui, fora de lá.
Fechado entre quatro paredes, sozinho, tenho tanto tempo para mim mesmo que me assusto com o eco das minhas idéias. O foco acaba constantemente desfocado.
Até uma certa sexta-feira 13, data cabalística, preciso me concentrar na minha clausura. Preciso aceitar estar trancado comigo mesmo. Uma pessoa, deveras intragável, que eu tenho que aprender a conviver.
Chega de correr de mim mesmo.