Estar dentro da minha cabeça por tanto tempo, é saber onde estou, por um lado, e estar completamente perdido, por outro.
Não posso deixar de ressaltar que tento diariamente sair daqui de dentro, contudo é muito difícil.
Olho para trás e vejo que um ano se passou, não sei mais por onde entrei e não sei como sair.
Os meus passos, pisando num chão molhado, cheio de goteiras, com formas grotescas, deixam minha mente nublada. Não vejo mais o mundo como via antes. Não lembro mais do que lembrava antes. Está tudo distorcido e acinzentado.
As coisas perderam as formas.
As cores, com suas infinitas possibilidades, deixaram de ser belas.
As cores foram reduzidas a apenas três: azul, vermelho e preto.
Todas benéficas, todas maléficas.
As tentativas são árduas.
Repletas de altos e baixos.

Tentativa e erro...
Tentativa e erro...
Tentativa e erro...
Tentativa e erro...
Tentativa e erro...
Tentativa e erro...
Tentativa e erro...
Tentativa e erro...
Tentativa e erro...
Tentativa e erro...
Tentativa e erro...
Tentativa e erro...
Tentativa e erro...
Não sei mais quando estou dormindo, nem sei mais quando estou acordado.
Talvez esse seja o objetivo: atingir um entorpecimento total, onde os problemas sejam esquecidos, onde a vida seja vivida num estado de letargia eterno.
Fecho os olhos e durmo mais um pouco.