Com a iminência do carnaval, não me vejo programando quais blocos pular, mas sim relembrando carnavais passados. É um saudosismo de tempos recentes, onde os carnavais se misturam, ambientados no Rio de Janeiro, havendo diferenciação apenas pelas mulheres com que passei. Engraçado escrever isso assim tão próximo. Escrever no passado algo tão recente.
Diferente do que parece, não foram tantas assim, pelo contrário. Se não consigo me recordar corretamente há quantos carnavais passo no Rio, sei que estive ao lado de apenas duas mulheres, nesses três ou quatro anos. Não é um saudosismo carnal, o som do tamborim se confunde com os belos momentos que essas duas mulheres me proporcionaram.
A primeira teve a mesma descoberta que eu. Acostumado a sempre viajar nesse período, às vezes tentando se esconder, pular tão próximo de casa levou a novas sensações. Éramos dois freqüentadores de shows de rock, perdidos e descobrindo uma nova diversidade oriunda do samba. Se bem que rememorando esse primeiro carnaval, lembro que fomos parar em uma festa eletrônica e também em um bar de salsa. Coisas do Rio.
Após alguns carnavais misturados em minha cabeça, válido dizer que acompanhado pela mesma pessoa, entre bondinhos de Santa Tereza e voltas nas barcas rumo a Niterói, chego ao ano passado. Este foi ao lado de uma exímia especialista em samba. Mesmo com a pele tão clara e os olhos verdes, foi como passar o carnaval ao lado da velha guarda da Mangueira. O samba pra ela não é algo vendido nos pacotes turísticos. Faz parte da vida. A programação dos blocos era guardada de cabeça e havia um prazer real em participar dessa festa tão popular. Seu sorriso era visto ao longe, pois era a oportunidade de viver o samba intensamente. Desculpe a outra, mas foi o carnaval mais legítimo e prazeroso de toda a minha vida.
Faltando apenas um dia para o que considero o real início do carnaval, o saudosismo praticamente me derruba. Não tenho paciência para saber o horário dos blocos. Fico com preguiça de procurar alguma programação alternativa. Não me animo sequer com a possibilidade da promiscuidade permitida e legitimada durante esses poucos dias do ano.
É, o carnaval não terá a mesma graça sem elas...
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