De certa forma, atraso em relatar o fato, pois demorei a me indignar. Com certo delay, notei que pouco a pouco fui sendo abusado. Ninguém me perguntou nada. Para dizer a verdade, nessas horas nada é dito. Nada é conversado. Não há preliminares.
A boca foi o canal para tal profanação. Me empurraram, goela abaixo, uma nova ideia, que deveria passar a ser minha. Ao notar que ela não saia mais de forma natural, começou a desconfiança. Essa ideia é totalmente diferente das que costumo ter. A ideia é justamente fazer com que a minha idéia fique parecida com a dos outros.
A paranóia me fez crer que se tentavam padronizar a minha fala, também podem tentar o mesmo com meus pensamentos. Não rejeito um novo aprender, não prego o imobilismo, porém quero que a minha idéia mude de forma natural. Não quero parecer errado pelo simples fato de não concordar.
Nego, regurgito o máximo que puder. Permaneço antiquado. Transgrido com minhas idéias as normas que não me fazem sentido. Vomito de volta as palavras que não saem da minha boca.
QUAIS SÂO OS LIMITES DA FICÇÃO?
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Vi esses dias uma discussão interessante, perigosa, num canal sobre livros.
Uma autora australiana de literatura “hot” foi presa por autopublicar um
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