De certa forma, atraso em relatar o fato, pois demorei a me indignar. Com certo delay, notei que pouco a pouco fui sendo abusado. Ninguém me perguntou nada. Para dizer a verdade, nessas horas nada é dito. Nada é conversado. Não há preliminares.
A boca foi o canal para tal profanação. Me empurraram, goela abaixo, uma nova ideia, que deveria passar a ser minha. Ao notar que ela não saia mais de forma natural, começou a desconfiança. Essa ideia é totalmente diferente das que costumo ter. A ideia é justamente fazer com que a minha idéia fique parecida com a dos outros.
A paranóia me fez crer que se tentavam padronizar a minha fala, também podem tentar o mesmo com meus pensamentos. Não rejeito um novo aprender, não prego o imobilismo, porém quero que a minha idéia mude de forma natural. Não quero parecer errado pelo simples fato de não concordar.
Nego, regurgito o máximo que puder. Permaneço antiquado. Transgrido com minhas idéias as normas que não me fazem sentido. Vomito de volta as palavras que não saem da minha boca.
QUAIS SÂO OS LIMITES DA FICÇÃO?
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Vi esses dias uma discussão interessante, perigosa, num canal sobre livros.
Uma autora australiana de literatura “hot” foi presa por autopublicar um
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Há 2 semanas
2 comentários:
Gostei muito.
Você manda bem quando entra por umas vibes conspiratórias/paranóides, fica bem bacana. Acho que você pode explorar mais essa veia.
Inclusive, se me pergunta, acho que você está no clima certo para Kafka.
;)
beijos
Ps: Senti um certo mote inspiratório oriundo de uma certa discussão sobre a demissão da Maria Rita Kehl, que eu acompanhei pelo twitter... viagem minha? =P
É.
Kafka que me olha aqui do lado parece ser realmente a opção correta. Porém, eu pretendo ser menos seco e mais onírico no meu próximo escrito.
Será? Acho que o que eu leio me contamina de alguma forma, por mais que eu negue, acompanhei a discussão, mas acabei twittando com outro viés.
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