sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Lunático Tarja Preta – Parte II

[Dor]

O dedo está no gatilho...

[Dor]

Uma gota de suor escorre pela sua testa. Mesmo com as diversas tarjas que encobrem sua mente, o bastardo consegue sentir o gosto amargo em sua boca...

[Dor]

Suor misturado com lágrimas...

[Desorientação]

Em um momento de lucidez, percebe que a arma não está nas mãos do seu inimigo, mas em suas próprias mãos.
Quem a colocou lá? Ninguém sabe... Talvez as circunstâncias, seu modo de viver, sua postura frente ao mundo... Ele é seu próprio inimigo, pois os cria e os alimenta com seu ódio.



[Dor]

Nem assim o canalha consegue ser original.
Isso já foi visto em vários filmes, porém agora é a vida real. É questão de opção.
A opção do Lunático Tarja Preta em terminar sua dor...

[Desorientação]

É a vida dele em jogo. É direito dele...
Agora é seu dedo no gatilho. Suas mãos tremem... Não sabe o que fazer, para onde ir, por quem pedir socorro...

[Dor]

Não há ninguém, a não ser ele mesmo. Não há para quem pedir ajuda... A dor de cabeça é insuportável.

[Dor]

Roleta russa, é apenas uma bala dentro do pente...
Tique-taque, passa o tempo e nada se resolve...
Cara ou coroa, tudo pode ser decidido numa questão de sorte...
Tique-taque, tique-taque, tique-taque...

[Dor]

Primeira tentativa, frustrada, seu dedo pressiona o gatilho e nada acontece...
Pressiona várias vezes em vão, até que resta a última bala no pente. Não tem como voltar atrás.
É agora ou nunca.

[Dor]

A última faixa do primeiro disco do “The wall” começa a tocar sozinha... É o sinal que o bastardo precisava.

Menos um filho da puta no mundo.

[Fim]

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